quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Auto-suficiente

Não que fosse algo novo, ou algo inspirador.
Ela apenas andava pela mesma estrada todos os dias.
Estava cansada de esperar, de aguardar e de ver todos os dias, as mesmas coisas. O mesmo senhor sentado na calçada com um radinho portatil, daqueles bem antigos, ouvindo musicas mais antigas que o proprio rádio. A mesma turma de amigos sentados em frente a um bar, conversando e bebendo. O mesmo cachorro que a perseguia até em casa todos os dias...
Ela só não aguentava mais. A cada passo, um suspiro vinha e os olhos se enxiam de lágrimas, mas ela não chorava, ela não podia chorar. Não depois das escolhas, dos erros, dos acertos, e das consequencias... Consequencias... Consequencias que fizeram ela estar como estava agora, sozinha
Chegou em casa, tirou seu all star vermelho, e correu para o seu quarto.
Não conseguiu se conter. As lágrimas surgiram contra a sua vontade enquanto ela lia um pedaço da sua última esperança, da única coisa que sobrou de suas escolhas... Uma carta.
Não que a carta fosse a mais bonita de todas que ela recebera até agora, mas era a mais importante.
Ela sentia, de uma forma bem estranha, tudo o que o escritor daquela carta sentia no momento em que escreveu cada palavra. Principalmente as palavras que mais fizeram ela pensar "...e então, um dia, quando você se cansar disso tudo, você vai sentir a minha falta, e infelizmente, eu não vou estar ai pra você..." 
Ela se jogou na cama lendo esse mesmo trecho, várias e várias vezes. Pensou em pegar o celular e fazer a ligação que tanto queria, mas se conteve.
Fechou os olhos se lembrando de como havia sido infantil, pensando em como precisava de alguém, e em como não tinha mais ninguém...

sábado, 26 de novembro de 2011

Ela tentava encontra-lo em todo os lugares.
Em cada pequeno pedaço de um dia, um momento, ou uma musica, ela permitia que seus pensamentos fossem de encontro aos dele.
Como se fosse um pequeno ritual, todos os dias ela parava e o olhava, observava ele por alguns (breves) minutos, vendo como ele havia mudado, e percebia que ela havia mudado também.
Relembrava alguns breves momentos, de como tudo antes era diferente, era melhor e sentia falta daquilo todo.
E então, ela se conformava de que aquele tempo, o tempo melhor não iria voltar mais.
Não por ela não querer, ou por ele não quer, mas por ter se passado tempo demais.

Sinceramente?

Não consigo entender como temos saudade de pessoas que convivem conosco...
Related Posts with Thumbnails